Inclusão da pessoa com deficiência São Paulo

Uma história de amor e inclusão

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Um sonho de 24 anos acaba de se concretizar para a bailarina, empreendedora social e integrante do Grupo Mulheres do Brasil, Fernanda Bianchini: o lançamento de seu livro Olhando para as Estrelas, em que narra a própria trajetória, da Associação que leva seu nome, da Cia Ballet de Cegos e do método que criou para ensinar dança a pessoas com deficiência.

Fernanda Bianchinni em noite de lançamento do livro “Olhando para as Estrelas” – Foto: Angela Rezé e Sergio Matta

“Esse livro é um grande sonho desde 2005, quando apresentei minha tese de mestrado, que contava o método de balé para deficientes visuais. Ilustra uma história em que foi colocado muito amor e que transformou a vida de tanta gente.

Saber que esse livro pode chegar a muitas pessoas, muitos países, mostrando que o impossível não existe quando se tem força de vontade e se acredita em um sonho, é uma realização”, diz Fernanda.

Fernanda, ao lado dos fotógrafos Angela Rezé e Sergio Matta, que também participaram da produção do livro

Publicado pela Editora Porto Palavra, com participação especial da jornalista Maria Manso, edição de Eduardo Correa e material fotográfico de Angela Rezé e Sergio Matta, o livro de 128 páginas traz também depoimentos de professores, alunas e outros profissionais que ajudaram Fernanda a tornar realidade seus projetos de inclusão por meio da dança.

“’Olhando para as Estrelas’ é um grande presente que vai poder inspirar muitas e muitas pessoas a nunca desistirem dos seus sonhos”, declara a autora, que é toda gratidão para a equipe envolvida no projeto. “Sozinhos não fazemos nada. Sou grata a todos, à gráfica, à equipe da editora, Maria Manso, que colocou de uma forma muito poética este livro incrível, aos fotógrafos Angela e Sergio, por registros tão lindos”, derrama-se.

A recíproca é verdadeira, garante a fotógrafa Angela Rezé. Ela e o companheiro, Sergio Matta, são fotógrafos voluntários da Cia Ballet de Cegos desde 2012 e tiveram seus registros, feitos ao longo dos últimos sete anos, inclusos no trabalho. “Para mim, contribuir para concretizar este sonho da Fernanda é um privilégio, algo muito especial mesmo! O projeto do livro ‘Olhando para estrelas’ foi um exemplo de trabalho em equipe desde o início, pois todos que participaram, de alguma forma, são apaixonados pela causa, uma causa que verdadeiramente transforma vidas nos dois sentidos, de quem recebe e de quem doa”, diz Angela, que é também líder do Comitê Inclusão da Pessoa com Deficiência do Grupo Mulheres do Brasil.

As bailarinas da Cia. Ballet dos Cegos prestigiaram o evento de lançamento do livro – Foto: Sergio Matta

Em outubro, será feito o lançamento das versões digital e em braile do livro. Com preço sugerido de R$ 50, o exemplar físico teve seu primeiro lançamento no último dia 12 de julho, no Unibes Cultural, com direito a sessão de autógrafos e apresentação da Cia Ballet de Cegos. Mas a agenda de lançamentos em São Paulo continua em agosto e setembro: dia 9/8, na Livraria da Vila, dia 19/8, na sede do Grupo Mulheres do Brasil, dia 28/8, na Casa das Rosas, e dia 15/9, no Espaço Life Center, do Shopping Parque da Cidade.

 Memória

A história da Cia Ballet de Cegos, mantida pela Associação Fernanda Bianchini, teve início em 1995, quando a então jovem bailarina iniciou um trabalho voluntário de ensino de dança a alunas do Instituto de Cegos Padre Chico, em São Paulo. Fernanda começou, então, a desenvolver um método próprio de ensino de dança clássica por meio do toque e da repetição de movimentos, que hoje é reconhecido internacionalmente – já foi ensinado em Portugal, Austrália, Estados Unidos e Argentina.

Em 24 anos, o projeto só cresceu, graças ao apoio de pessoas e empresas envolvidas na causa. Nesse tempo, a Cia. Ballet de Cegos transformou mais de 1.000 vidas por meio do ensino gratuito de dança para pessoas com deficiência. Atualmente, atende 420 alunos, de 3 anos até a terceira idade, com qualquer tipo de deficiência – 60% deles com a visual.

“Quando a gente vê nossos alunos no palco, a alegria e o sorriso que eles colocam, a gente não vê deficientes dançando. A gente vê artistas realizando uma bela arte e sendo aplaudidos por ela e não pela deficiência. Então, que Deus nos abençoe, pra que a gente consiga realizar a verdadeira inclusão, aquela que vem do coração e das oportunidades que são dadas a todos os seres humanos. Mostramos que todos os seres humanos são capazes de realizar aquilo que sonham”, conclui Fernanda.

Por Sílvia Pereira

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