*Texto escrito por Susanna Florissi, integrante do Comitê Inserção de Refugiados e Migrantes
Relembro sempre, com um sorriso no rosto, de uma das primeiras vezes que enviei um convite para uma capacitação de Voluntárias do nosso Comitê para o ensino de Português como Segunda Língua colocando apenas a sigla PSL no assunto do convite. Uma das convidadas recusou o convite por não desejar entrar para a política! Ela tinha razão, falha minha de comunicação.
Assim sendo, explico melhor o que significa PSL em contraposição a PLE e a PLH. Português como Segunda Língua trata do ensino do nosso idioma a estrangeiros que o aprendem em um dos nove países onde o português é a (ou uma das) língua oficial. Já PLE indica Português como Língua Estrangeira, aquela aprendida fora de um desses países, e PLH de Português como Língua de Herança.
A Torre de Babel Idiomas e Culturas – parceira do Comitê Inserção de Refugiados e Migrantes para o ensino de Português como Segunda Língua e empresa da qual faço parte –, trabalha com essas modalidades há 37 anos. Nos últimos quatro ou cinco, procurávamos um espaço profissional onde espelhar a nossa prática adquirida com o ensino de idiomas – em especial PSL e PLE a expatriados de multinacionais e a estrangeiros em geral – em um trabalho voluntário. Análises gerais nos trouxeram finalmente ao Comitê de Inserção de Refugiados e Migrantes onde encontramos um ambiente ideal para o desenvolvimento dos nossos projetos.
Um ambiente ideal? Sim, uma organização com a qual compartilhamos princípios e estruturas já que, como obviamente sabem, aprender uma língua não é um trabalho cujo princípio, meio e fim se dão em um tempo curto. É um trabalho árduo que requer treinamento de professores, material adequado, coordenação e disciplina. Encontramos esses princípios no Comitê, em especial na nossa Liderança: Eliane Figueiredo e Juliana Algodoal.
Hoje, um ano e meio após um início modesto, com quatro voluntárias e algo como 10 a 15 refugiados, consolidamos o Projeto e nos encontramos com 32 voluntárias atuantes e capacitadas para o ensino, 50 refugiados, entre afegãos, bolivianos, haitianos, malenses, malauiana, nigerianos, sírios e venezuelanos, cursando os diferentes níveis em que dividimos o curso, mais de 150 exemplares de livros didáticos e senhas de acesso a plataformas digitais distribuídos e 50 Certificados assinados pelo Grupo Mulheres do Brasil e pela Torre de Babel, entregues aos alunos. Todo esse trabalho com a inestimável contribuição de Maria Lucia Carbone Versa, Coordenadora da Torre de Babel Idiomas e Culturas.
O grande objetivo? Trabalhar para que nossos alunos, adquirindo fluência na nossa língua, consigam inserir-se melhor na sociedade brasileira, tenham empregos dignos e sejam felizes no nosso país.
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