Combate à violência contra a mulher Londres

Londres – Caminhada pelo fim da violência contra a mulher

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*Texto enviado pela jornalista correspondente em Londres, Yula Rocha

“Coragem chama a coragem em todo lugar”

Inspiradas por essas palavras e aos pés de Millicent Fawcett, a líder do movimento sufragista no Reino Unido, brasileiras de Londres do Grupo Mulheres do Brasil se uniram à luta global pelo fim da violência contra as mulheres, no último dia 8 de dezembro.

Aos pés da líder do movimento sufragista – Foto: Divulgação

O local não poderia ser mais simbólico: na praça do Parlamento Britânico diante da primeira estátua de uma mulher fincada na praça feita por uma escultora. Até então havia outras 11 estátuas na Praça, entre elas de Nelson Mandela e de Winston Churchill, todas de homens.

O monumento foi inaugurado em 2018, no marco de 100 anos da conquista pelo direito de a mulher votar neste país, uma bandeira levantada por Fawcett. Sua importância histórica só foi merecedora de uma estátua no ano passado depois de uma campanha da feminista Caroline Criado Perez, a mesma ativista que conseguiu levar o Banco da Inglaterra a imprimir a imagem de Jane Austen na nota de dez libras.

O Núcleo Londres respondeu à convocação do Grupo Mulheres do Brasil que conta hoje com 36 mil voluntárias engajadas por uma causa abraçada por todas e fez assim a sua primeira ação global coordenada mundialmente. Aqui na Grã-Bretanha, 139 mulheres foram mortas de acordo com último censo, 60% delas dentro de casa pelos parceiros.

Da estátua de Fawcett, o grupo caminhou até a imagem de outra grande liderança pela causa da mulher, Emmeline Pankhurst. Ela chegou a ser presa 13 vezes por cobrar pelo direito de as mulheres votarem, um movimento que só foi suspenso durante a Primeira Guerra Mundial quando as mulheres assumiram o trabalho dos homens enviados ao front. Em 1918, a lei concedeu o direito eleitoral às mulheres, mas só para as que tinham mais de 30 anos e com algum patrimônio. O sufrágio total foi conquistado uma década depois, em 1928.

A luta das sufragistas é um exemplo às mulheres de hoje dispostas a derrubar muitas barreiras. Pra isso, como disse Fawcett “coragem chama a coragem em todo lugar, e sua voz não pode ser negada”.

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