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Empresárias apostam no empoderamento feminino

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Matéria publicada hoje, no Jornal Metrópolis, de Brasília, nas versões online e impresso, assinada pela jornalista Cláudia Meireles, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, conta um pouco da história do Grupo Mulheres do Brasil e a atuação local que o grupo de voluntárias vem fazendo na cidade e região. A publicação ressalta a importância de trazer para a discussão, especialmente neste 8 de março, temas sensíveis como a igualdade de gênero, equiparação salarial, representatividade e o lugar de fala das mulheres (confira a matéria na íntegra clicando no link ).

O Metrópoles conversou com Janete Vaz, Glória Guimarães, Rosilda Prates e Adriana Rodrigues, integrantes do Grupo Mulheres do Brasil. As quatro são empresárias bem-sucedidas que conciliam a gestão de grandes empresas e de suas famílias e ainda encontram tempo para se dedicar a causas sociais.

O grupo abraça pequenos projetos voltados para as mulheres, em especial o trabalho de mentoria em ações sem custo. O principal objetivo delas e das outras 2.200 integrantes que atuam em Brasília é apoiar e estimular a independência financeira feminina, para que elas sejam donas de seus destinos.

Grupo Mulheres do Brasil
Criado em 2013, em São Paulo, o Grupo Mulheres do Brasil, presidido pela empresária Luiza Helena Trajano, abraça 17 grandes causas em 43 cidades do Brasil e do exterior. Ao todo, 23 mil participantes dedicam parte de suas rotinas agitadas ao voluntariado em apoio às mulheres.

Em 2017, integrantes do grupo nacional que residem em Brasília trouxeram o Mulheres do Brasil para a capital. Sob a liderança de Janete Vaz, Samara Braga, Glória Guimarães e Ilda Peliz, mulheres de diversas áreas contribuem para dar suporte em 13 comitês. São eles: Educação, Cultura, Empreendedorismo, Igualdade Racial, Combate à Violência Contra a Mulher, Políticas Públicas, Saúde, Social, Refugiados e Imigrantes, Vozes, Meninas, 80 em 8, e Comunicação e Eventos.

Faz parte das metas globais do grupo combater a violência contra as mulheres, contribuir com escolas da periferia e a divulgar a cartilha Tocando no Assunto, do Comitê de Igualdade Racial.

Essas profissionais buscam o que têm de melhor dentro das suas competências para compartilhar com as outras. “É um movimento multiplicador, de inspiração para que mais mulheres participem de uma agenda de autoconfiança”, explica Rosilda. Janete ressalta que as individualidades de cada uma das integrantes são respeitadas dentro do grupo.

Ao lado de Sandra Costa, Janete é sócia-fundadora do Grupo Sabin e se orgulha em exaltar que 77% do quadro de funcionários são mulheres. “Nós sentimos a responsabilidade de colocar esse diferencial, sabendo que isso vai trazer uma transformação”, disse.

Ela ressalta que, culturalmente, existe a ideia de que mulheres precisam ser submissas aos homens. Para que esse estigma seja mudado, é necessário uma atuação constante para mostrar que, com trabalho, independência financeira e coragem, elas podem fazer o que desejarem.

Ao longo do ano, as integrantes participam de palestras para dividir as suas experiências profissionais e pessoais, com o intuito de estimular outras a lutarem por seus objetivos.

Cotas no Legislativo
Glória Guimarães aponta a necessidade de buscar políticas públicas que igualem os direitos de homens e mulheres para que haja uma competição leal no mercado de trabalho. Por isso, ela ressalta a importância das cotas no Legislativo.

O Comitê de Políticas Públicas, por exemplo, atua com mais de 50 profissionais (advogadas e servidoras) fazendo o monitoramento de candidaturas e campanhas políticas de mulheres. Elas defendem a reserva de 30% dos assentos para candidatas no Legislativo. É preciso ter um número maior de mulheres nestes postos para defender a aprovação de projetos favoráveis a elas.

“Se não houver mulheres em quantidade suficiente para nos defender, nós nunca alcançaremos as políticas públicas necessárias para trazer igualdade de condições no trabalho “, Janete Vaz.

“A cota é o start para que haja inclusão. Daqui a alguns anos, não será mais necessário, mas, até chegar nesse ponto de equilíbrio, ela é”, acredita Glória. “É uma ferramenta que vem para criar oportunidades, mas tem um prazo”, completa Adriana.

Adriana Rodrigues representa dois comitês em Brasília, o de Igualdade Racial e o Vozes. Ela ressalta a importância de levar essas questões aos jovens universitários. Nesses encontros, os homens também participam para que valorizem e se engajem nas agendas.

O Comitê de Igualdade Racial se sustenta em três pilares: sensibilização da igualdade racial em empresas, órgãos públicos e escolas; mentoria voltada às meninas em idade escolar, para ajudá-las a escolher as carreiras que irão seguir e para que haja uma maior participação de negras, pardas e indígenas no mercado de trabalho; e afroempreendedorismo, estimulando novas mulheres a empreender.

A economista e empresária Rosilda Prates divide o seu dia a dia como diretora de uma entidade de indústrias de desenvolvimento tecnológico tradicional com a coordenação do Comitê de Empreendedorismo do Mulheres do Brasil DF.

Um dos quatro projetos que lidera, o Pintando Oportunidade, tem o objetivo de capacitar mulheres, para que elas sejam pintoras profissionais, aptas para concorrer a uma vaga no mercado de trabalho.

Já o Rodadas de Negócios traz capacitação e treinamento para mulheres empreendedoras. Por meio dos encontros, elas aprendem a falar sobre o seu negócio, além de noções de marketing e contabilidade. “As agendas nos ajudam em termos de conhecimento para transformar lá fora”, ressalta Rosilda.

Meninas do Brasil
Há a ideia de que, se crianças e jovens fossem conscientizados ainda na idade escolar sobre seus lugares de fala e suas possibilidades profissionais, muito do trabalho do remediação que é feito hoje poderia ser poupado.

“Se começarmos o trabalho com as meninas, vamos evitar muita coisa daqui para a frente. Esse é o caminho para buscar o empoderamento feminino“, Glória Guimarães.

O Comitê Meninas do Brasil conscientiza mulheres de 15 a 25 anos sobre a importância do seu papel na construção de um país mais justo. Elas também fazem voluntariado – algumas contribuem dando aulas de inglês para outras meninas, por exemplo –, mas o principal aprendizado que tiram é a mentoria diária com as mulheres que já conquistaram seu espaço profissional.

O Mulheres do Brasil é aberto para todas que queiram se voluntariar. A inscrição pode ser feita pelo e-mail brasilia@grupomulheresdobrasil.org.br, para qualquer um dos comitês desejados.

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