Belo Horizonte Combate à violência contra a mulher

Delegacia da mulher humanizada

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A violência é um assunto difícil e dolorido para a mulher que vive o fato na pele. Por isso, o atendimento humanizado no momento em que a vítima registra um boletim de ocorrência pode fazer toda a diferença

Da esquerda para a direita: Alessandra Lopes, Kity Teixeira e Rosana Basile, voluntárias da Campanha, na nova brinquedoteca

A Campanha Capricho, implantada na Delegacia de Mulheres de Belo Horizonte vem mudando a forma de receber as mulheres em situação de violência. A ação é fruto de parceria entre a delegacia e as voluntárias do Grupo Mulheres do Brasil de Belo Horizonte.

A campanha consistiu inicialmente na reforma do hall da delegacia, local onde é feito o atendimento às mulheres vitimizadas. “Detectamos que o local precisava de uma reforma, começando pelos bebedouros, passando pela pintura. Os ambientes foram pintados de verde claro e branco, pois é uma cor mais acolhedora. Instalamos uma brinquedoteca, para as crianças que acompanham suas mães e espalhamos frases de encorajamento à denúncia pelo ambiente”, explica Patrícia Tiensoli, uma das líderes do Grupo de voluntárias.

Segundo a delegada chefe da Divisão Especializada no Atendimento à Mulher, Danúbia Quadros, a delegacia faz atualmente 700 medidas protetivas e 1.000 atendimentos por mês. “Os crimes mais comuns são violência física, tanto lesão corporal como a vias de fato, e depois a violência psicológica que é a ameaça”, afirma a delegada.

O Brasil é o 5º país do mundo onde mais mulheres morrem vítimas de violência, com um assassinato a cada duas horas, um estupro a cada 11 minutos e cinco espancamentos a cada dois minutos. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), em Minas Gerais, há um caso de violência contra a mulher a cada 3 minutos e 37 segundos. Em 2017 foram registradas 145 mil ocorrências. Belo Horizonte responde por 13% de todas as ocorrências do Estado, cerca de 18 mil casos de violência doméstica por ano.

Para Letícia Guerra Monteiro Pinheiro, coordenadora do Grupo de Trabalho de Saúde, do Mulheres do Brasil, ações como essas são importantes porque que o poder público não consegue atender a todas as demandas. “O atendimento adequado, respeitoso e acolhedor ajuda a mulher a romper o medo e a relatar a violência que sofre”, explica a voluntária do projeto.

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